sexta-feira, 19 de abril de 2013

Modificação genética para melhorar performance de atletas pode ser considerada Doping


Detecção dessas transformações ainda é difícil de ser realizada e uso de mudanças genéticas pode trazer riscos desconhecidos.


A ciência pode ser usada para beneficiar o homem e o esporte, mas sem equilíbrio, a medida pode levar a prejuízos grandes. A descoberta da modificação genética levou tanto à possibilidade de corrigir defeitos em genes que levavam à doenças, como a distrofia muscular, quanto ao uso de células modificadas para a melhora da performance atlética, no que ficou conhecido como doping genético.

A possibilidade da mudança gênica para a obtenção de melhores resultados no esporte surgiu em 2001 quando um grupo de trabalho especializado em terapia gênica ligado ao Comitê Olímpico Internacional (COI) chamou a atenção do mundo para o tema, mas no esporte de alto nível, segundo o dr. Luiz Carlos Carnevali Junior, coordenador dos cursos de pós-graduação em Educação Física na Universidade Gama Filho (www.carnevalijunior.com.br), as especulações sobre o uso do doping genético começaram em 2004, durante as Olimpíadas de Atenas, mas a questão só se tornou mais aberta à discussão quatro anos mais tarde, em Pequim. “Para o atleta amador é uma possibilidade difícil de acontecer, porque as manipulações genéticas são feitas em laboratório. No caso dos profissionais, de alto rendimento, o doping genético é mais presente até por conta da pressão dos patrocinadores”, destaca.

Nesse tipo de doping, algumas células do atleta são tratadas de forma refinada e reinseridas em seu organismo e, em artigo escrito por Carnevali Junior, o profissional explica que os genes alvos desse tipo de manipulação “são aqueles que proporcionam o aumento na captação de oxigênio com consequente perda de peso, otimização do metabolismo energético e rápido ganho de massa muscular”. 


Descobrindo o problema

A ideia de manipular as células para a criação de um superatleta não é mais algo apenas encontrado na literatura de ficção, mas pouca gente sabe que isso existe. “O doping genético é uma realidade pouco divulgada por causa da dificuldade de detecção”, diz Carnevali. 

O COI incluiu o doping genético em sua lista de proibições em 2003 e embora a comunidade esportiva acompanhe um atleta, realizando exames frequentes e assistindo suas mudanças de performance, ele sempre pode afirmar que possui uma herança genética familiar que o beneficia a ter a resposta que consegue obter com a prática esportiva. “E não existe nenhum caso comprovado que possamos citar, justamente por causa da dificuldade de detecção e comprovação”, diz o profissional da Gama Filho, que conta que existe um departamento de genoma humano na Universidade de São Paulo (USP), mas diz desconhecer a existência de um departamento genético específico para o estudo no esporte e na educação física no país.

Tem futuro?

Carnevali concorda que o doping genético representa o mau uso de uma boa tecnologia, mas não acredita que, futuramente, a manipulação genética corra o risco de ser legalizada para o uso nos esportes, porque “a liberação não teria limites” e, além disso, esse tipo de modificação nas células não é isento de riscos: “pode gerar uma resposta patológica grave, inclusive afetando os descendentes”, alerta.


Diversos pesquisadores têm estudado as transformações genéticas no esporte, mas ainda há muito o que descobrir e investigar para determinar que essas modificações possam estar aptas a serem usadas com segurança.

Fonte: http://www.educacaofisica.com.br





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