A prática de exercícios físicos proporciona
inúmeros benefícios para qualquer ser humano. Particularmente no diabetes, os
exercícios possuem qualidades marcantes tanto na prevenção quanto no tratamento
(CANCELLIÉRI 1999). Pacientes com diabetes freqüentemente têm múltiplos
fatores de risco para doenças cardiovasculares, e um estilo de vida saudável,
incluindo uma maior atividade física, é essencial para prevenir e tratar a
diabete (FRONTERA, DAWSON & SLOVIK; 1999). É importante ressaltar
que existem várias formas de se prescrever a atividade física ideal para o
diabético sendo necessário, entretanto, que se conheçam os benefícios e os
possíveis riscos relacionados a esta população, sendo feita esta prescrição,
somente por um Profissional de Educação Física devidamente credenciado ao CREF
(Conselho Regional de Educação Física).
Exercícios são a parte mais divertida da terapia do
diabete. Pense no quando "divertido" é espetar a si mesmo com uma
agulha ou uma lanceta, tomar pílulas, ou ter que mudar sua dieta, provavelmente
suprimindo algumas das suas comidas favoritas. Compare isto com um igualmente
importante para sua saúde jogo de tênis, ou uma noite dançante, um passeio de
bicicleta, uma caminhada, ou uma refrescante natação. Absolutamente sem
discussão (GRAHAM; 1995). Toda e qualquer atividade física pode ser de
grande valia para o diabético, sendo necessário sempre se levar em consideração
o atual quadro de saúde em que o aluno se encontra.
A maioria dos efeitos diretos da atividade física
ocorre porque o exercício normaliza a glicose sanguínea, diminuindo a
resistência de insulina e melhorando a sensibilidade a ela. Vários estudos têm
demonstrado que o treinamento de exercício pode aumentar a ação da insulina ou
diminuir a resistência à insulina, especialmente entre pessoas com alto risco
para diabete ou com hiperinsulinemia. Outros estudos mostram que indivíduos
fisicamente ativos têm menos probabilidade de desenvolver diabete do que
indivíduos fisicamente inativos. O efeito da atividade física parece ser devido
à adaptação metabólica do músculo esquelético (aumento da densidade capilar;
maior capacidade oxitativa), ou a outras adaptações ao treinamento como um
conteúdo aumentado de transportadores de glicose GLUT4 (FRONTERA, DAWSON
& SLOVIK; 1999). Como conseqüência, a captação de glicose pelo músculo
é incrementada, independentemente de alterações na concentração de insulina
circulante (SILVEIRA NETO; 2000).
Em adição à redução aguda da glicemia e ao aumento
da sensibilidade à insulina, o exercício regular melhora vários dos fatores de
risco reconhecidos de doenças cardiovasculares, como melhora do perfil lipídico
(diminuição do LDL, aumento do HDL e diminuição do triglicérides) e da
hipertensão, e indivíduos diabéticos têm um maior risco de desenvolvimento de
doenças cardiovasculares (FRONTERA, DAWSON & SLOVIK; 1999); (CANCELLIÉRI
1999). A hipertensão está associada com um aumento da incidência e taxa de
progressão de retinopatia diabética e neuropatia e, portanto, deve ser tratada
de forma mais agressiva. É genericamente aconselhável que os pacientes que
apresentem doenças microvasculares dos olhos e rins, já estabelecidas, não
participem de exercícios que resultem em um aumento da pressão sistólica acima
de 180 a 200 mmhg (SILVEIRA NETO; 2000).
A prática regular de exercícios físicos pode
acarretar uma diminuição da dosagem de insulina, e sua importância é
fundamental nas terapias onde se objetiva uma menor dosagem de insulina a ser
administrada pelo paciente insulino-dependente (SILVEIRA NETO; 2000).
Os benefícios cardiovasculares e metabólicos do
exercício são sustentados somente como resultado da soma dos efeitos das
sessões de treinamento ou como resultado de mudanças, em longo prazo, na
composição corporal (SILVEIRA NETO; 2000), e outro grande benefício da
atividade física regular é seu efeito sobre a composição corporal, através do
aumento do gasto de energia auxiliando a redução de peso, o aumento da perda de
gordura e a preservação da massa magra. Aproximadamente 60% das pessoas com
diabetes do tipo 2 são obesas no momento do diagnóstico. Provavelmente a
distribuição central de gordura parece ser fator de risco primário adicional para
o desenvolvimento do diabete tipo 2, uma vez que a adiposidade na área
abdominal ao contrário da periférica eleva a probabilidade de que indivíduos
desenvolvam resistência à insulina. A atividade física parece prevenir o
diabete tipo 2 não apenas diminuindo a adiposidade, mas também afetando a
resistência à insulina e a tolerância à glicose (FRONTERA, DAWSON &
SLOVIK; 1999).
SILVEIRA NETO relata em sua obra sobre o constante
estresse psicológico pelo qual os recém descobertos diabéticos passam, e cita
até mesmo como experiência pessoal (o autor é diabético tipo 1 desde os
quatorze anos) o quanto à atividade física pode ser benéfica para o controle
desde tipo de estresse; estresse este que pode ter conseqüências bastante
negativas para o controle glicêmico. Parece que o estresse psicossocial exerce
um efeito direto psicossomático nos mecanismos reguladores neuroendócrinos, que
por sua vez, influenciam o controle metabólico. A prática de atividades física
promove benefícios fisiológicos e psicológicos, sendo o aspecto de lazer e
entretenimento proporcionado pela prática de atividades físicas e esportivas,
altamente desejável.
Segundo o mesmo autor, os parâmetros psicológicos
passíveis de mudança com o exercício físico podem ser assim visualizados:
DIMENSÕES
|
MUDANÇAS
|
Depressão
|
Diminui
|
Bem-estar
|
Aumenta
|
Atitude positiva em relação ao
trabalho
|
Aumenta
|
Autoconfiança
|
Aumenta
|
Autoestima
|
Aumenta
|
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